domingo, janeiro 21, 2007

DO VÉU E DOS SONS

Ligo... mas raramente atendes! És sempre a mesma coisa. Contar contigo é mentira... ando a dar uma volta sem destino... estou num estado de raiva e revolta. Neste desarranjo de corpo pendido, quase esquecido, hoje fui usado, como se fosse aquela coisa entre as coisas de satisfazer, pouco mais te sei o que dizer. Apenas sinto que tenho um programa... pobre rapaz de programa!
Ando por aqui, mas, não quero ver ninguém... detesto o barulho das crianças e todos os olhares ferem-me a alma. Nem olho para as pessoas. Continuo a olhar, continuo a escrever e os meus programas absorvem-me em cada dia, em cada pulsão, por uma vitória carnal, mas a mais perfeita entre as situações que os corpos possibilitam.
Coitado daquele que precisa dos outros... o apoio é cobrado a preço elevado. Preciso colocar um ponto final em certas situações e não revelar nada a mais ninguém. Resta-me apenas a lembrança para poder viver e vivo até que a saúde me permita.

21.01.2007 - 16:44h

sexta-feira, janeiro 19, 2007

VEZES SEM CONTA COM CONTA

Vivo por ai, em todos os locais e em local nenhum. Vivo como todos os que estão vivos, apesar de questionar tudo o que está em minha volta, tudo o que me move, tudo o que me absorve. Sei que por vezes não sou correcto, mas nada a fazer, sou assim mesmo.
Foram vezes sem conta os momentos da escrita... imensas vezes onde me perdi, talvez para salvar a minha vida, salvar tudo o que sou e não sou.
Sou diferente, sou igual, apenas porque sinto e penso o que é. Não é de outra forma, a forma de pensar move todo o meu ser.

19.01.2007 - 12:58h

sexta-feira, janeiro 12, 2007

FLOR NEGRA E CONTURBADA

Uma flor negra nesta noite toda negra, numa chama que não sei descrever...um beijo sem forma, reprimido, certamente perdido, sem mais razão de existir. Sim, talvez nada mais tenha razão de existir, muito menos este espaço e quem o possa comentar ou visitar. Nada é mais negro do que a negrura da minha existência.
Desde aquele dia minha alma ficou conturbada e até agora não viveu mais... apenas simulo situações sem sentido.
Sou um vivo moribundo que beija a noite e adormece no coração sem alegria.
Encontro gente por este caminho, mas nada me agrada... a revolta é cada vez maior e tudo mata cada vez mais o meu ser.
Peço socorro, mas não encontro ninguém, apenas me sinto demasiadamente cansado por procura tão intensa. É triste a minha vida, é dolorosa a minha existência por ser assim tão horrível.

12.01.2007 - 22:14h

sábado, janeiro 06, 2007

NO REINO DA MÁGOA

Não sei se alguma coisa existe de interessante para eu ver, para eu sentir, não sei não. Tudo ou talvez nada. Depois deste desespero continuo, dos cortes contínuos, negas seguidas de negas, como se eu fosse o maior monstro, o mais horrível de todos os mortais… confesso-te que neste momento não tenho mais forças para me erguer, nem para atender uma chamada telefónica, nada, absolutamente nada.
Preciso tomar um calmante e acreditar que ainda tenho ar para respirar…
Todas as palavras parecem-me vazias, nada me preenche e tudo é efémero, cheio do vazio absoluto, total.
Sinto uma vontade de escrever, mas, pareço que começo a ser tomado por uma depressão, fruto de tanta rejeição, como se eu fosse um criminoso, um bandido. Sinto uma vontade profunda em chorar. Alguns dos meus amigos andavam tristes, dei-lhe força… arranjaram namorado e agora já nem me ligam; sim, agora que quem precisa de carinho sou eu. Preciso de atenção, de uma palavra especial. Sinto-me tão carente que a minha vida parece não possuir mais sentido. Não encontro ninguém que deseje estar comigo, a maioria são tangas, tretas e assim por diante. Confesso que estou cansado e chega mesmo. Chega mesmo acredita.
É triste saber que se tem amigos e quando se precisa deles é o mesmo que nunca terem existido. E quando me procuram, por norma estou sempre disponível para eles. Que tristeza meu deus! Nada a fazer para este tipo de gente. Com esta rodagem toda, começo a ficar frio e a nem dar sequer um passo à frente sem que não veja o mínimo e segurança. Confesso que me sinto triste. Muito mesmo.
Escrevo porque não tenho outra forma de desabafar a minha dor… ou outra que possa existir nem sentido já tem para mim.

05.01.2007 – 21:51h